sexta-feira, 9 de maio de 2014

CID PODE TER QUE APOIAR O PSB

Impasse no Pros: partido de aluguel pode sair caro, muito caro

A direção nacional do Pros resolveu mostrar aos filiados no Ceará quem é que manda de fato no pedaço. Cansou de ver o governador Cid Gomes articular com a presidente Dilma Rousseff à revelia de seu comando.
A desenvoltura do cearense constrangia a legenda à medida que dispensava a participação de seus correligionários.
Cid desautorizado
Com a proximidade das eleições de outubro, a executiva do Pros viu a oportunidade de colocar as coisas em seus devidos lugares e decidiu cobrar a fatura política pelo aluguel (a parte financeira foi quitada, garante um cacique do PMDB), e agora exige do governo federal a substituição do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, referendado por Cid Gomes.
O recado é claro: quem fala pelo Pros é o seu presidente, Eurípedes Júnior, estando o governador desautorizado para a tarefa.
Intervenção branca
O imbróglio pode interferir nas eleições. Caso o ministro não seja substituído, o Pros ameaça deixar a base em Brasília para apoiar o presidenciável Eduardo Campos, do PSB. A ironia é que Cid, Ciro e cia. saíram do PSB no ano passado, justamente para não apoiar Campos.
Para mostrar que não está para brincadeira, o comando nacional do Pros assumiu o controle dos registros de filiados e candidatos no Ceará, onde a sigla funciona com uma comissão provisória. É o que chamam, nos bastidores, de intervenção branca, pois a homologação de filiações e de candidaturas deverão ser submetidas aos chefes do Pros. Dessa forma, se a legenda realmente se coligasse nacionalmente com o PSB, poderia abrir mão de candidatura própria no Ceará. Olha só que sinuca de bico.
Dificuldade crônica
É provável que nenhuma das partes leve tudo às últimas consequências, pois todos têm, até agora, mais a perder do que a ganhar. No entanto, no que diz respeito ao Ceará, é inegável que o clima na base de apoio ao governo estadual fica mais instável ainda, bem no momento que a aliança ruma para um racha.
O episódio evidencia, mais uma vez, a dificuldade crônica dos Ferreira Gomes em conviver em harmonia com as lideranças  dos partidos por onde passam. Foi assim no PSDB, no PPS e no PSB. No Pros não foi diferente. Onde está o problema? Talvez seja o caso de uma boa autocrítica.
Aluga-se
O Pros é mais uma dessas siglas criadas de uma hora para outra, de olho no milionário fundo partidário, financiado com dinheiro público, e no “tráfico de minutos de propaganda eleitoral” (expressão de Ciro Gomes). Por essas e outras temos no Brasil nada menos que 31 partidos políticos.
Legendas sem substância programática ou ideológica podem servir de abrigo a políticos carentes de estrutura partidária. Mas se engana quem pensa que são casas abandonadas, sem dono. É aquela história: os inquilinos têm que prestar contas aos locatários.
Fonte da Informação:
http://tribunadoceara.uol.com.br/blogs/wanderley-filho/

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