Após rejeitar a proposta
dos bancos na própria mesa de negociação, feita no dia 28/9, o Comando Nacional
dos Bancários, por considerar insuficiente a proposta, com perdas para os
trabalhadores, orienta os Sindicatos que realizem assembleias em suas bases, na
próxima segunda-feira, dia 3 de outubro, para debater e organizar os rumos do
movimento. Em Fortaleza, a
assembleia dos bancários será às 16h30 em primeica convocação e às 17 horas em
segunda convocação, na sede do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289, Centro).
O Comando Nacional dos
Bancários reiterou que continua à disposição da Fenaban para ter uma proposta
que permita resolver a Campanha Nacional sem perdas para os bancários e
bancárias. A proposta feita pelos bancos e rejeitada na mesa, previa acordo de
dois anos, 7% de reajuste nos salários e abono de R$ 3,5 mil, agora em 2016, e
reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, em 2017,
“Os bancos perderam uma
excelente oportunidade de resolver a greve mantendo a proposta que provoca
perdas nos nossos salários. Fica cada vez mais evidente que é uma decisão
tomada fora da nossa mesa de negociação e que dialoga com a intenção de
promover uma redução dos salários para atender ao ajuste fiscal que está sendo
imposto por este governo. Desde o início da nossa campanha, dissemos que o
setor financeiro teve lucros fabulosos e que poderia atender, confortavelmente,
às nossas reivindicações. Só um acordo estranho às nossas relações de trabalho
poderia explicar esta tentativa de reduzir salários”, afirmou Roberto von der
Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos
Bancários.
“Quando os bancos
propuseram um acordo de dois anos, deixamos claro que não poderia trazer perdas
e que ainda precisaria contemplar emprego, saúde, vales, creche, piso,
igualdade de oportunidades, segurança. Nada disso veio hoje. A resposta
dos bancários tem sido a greve forte, que já entrou para a história com o maior
número de agências com as atividades paralisadas e a tendência é de aumentar
ainda mais, em virtude da crescente insatisfação dos bancários com os
banqueiros”.
Altos lucros
Os lucros dos bancos
permanecem nas alturas, enquanto muitos setores registram perdas. Os cinco
maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil
e Caixa Econômica Federal) apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro
líquido de R$ 29,7 bilhões.
A população também sente
no bolso a ganância dos banqueiros. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28)
pelo Banco Central, revela que a taxa de juros do cheque especial bateu novo
recorde de julho para agosto, e chegou a 321,1% ao ano.
Os juros do cartão de
crédito não param de subir. Em agosto, na comparação com o mês anterior, houve
alta de 3,5 pontos percentuais, com a taxa em 475,2% ao ano. Neste ano, essa
taxa já subiu 43,8 pontos percentuais.
Principais
reivindicações dos bancários
Reajuste salarial:
reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais
R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24
(equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação no
valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição no valor
de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e
auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de
trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os
bancários.
Emprego: fim das
demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações
diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da
ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos,
Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Auxílio-educação:
pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra
assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e
pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas
giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e
biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda
das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades:
fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres,
negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte da Informação:
Informativo Eletrônico do Sindicato dos Bancários do Ceará | Sexta-feira, 30 de setembro de 2016Informe Bancário | imprensa@bancariosce.org.br
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