A 17ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária
final, realizada no domingo, 2/8, em São Paulo, a estratégia, o calendário e a
pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2015, que terá como eixos centrais
reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo
calculado pelo Dieese (R$ 3299,66 em junho), PLR de três sa lários mais R$
7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral e fim
da terceirização.
O Comando Nacional dos Bancários entregará no próximo dia 11
de agosto, em São Paulo, a pauta de reivindicações à Fenaban.
Participaram da Conferência, aberta na sexta-feira, dia
31/7, no hotel Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, 667 delegados, sendo 219 mulheres
e 448 homens, além de 42 observadores. O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von
der Osten, ressaltou que os bancários realizaram uma grande conferência, com
muito debate político.
"Foi uma conferência muito disputada entre as forças, como é da
nossa natureza, com muita democracia, tolerância e disposição. Construímos uma
minuta que vamos entregar aos banqueiros no próximo dia 11. Esse é um processo
que nós inventamos, a partir da década de 80, de construir democraticamente
nossa luta. Construir num formato que os bancários e as bancárias sentem
pertencimento, sentem vontade de participar", avaliou Roberto Von
der Osten.
O presidente da Contraf-CUT lembrou que foram realizadas 48
mil consultas entre os bancários para construção da Campanha. "A categoria
disse o que ela quer como índice, o que é prioridade na questão de saúde, de
emprego e remuneração. Nós temos os debates nos sindicatos, depois nas
federações e o coroamento, o fechamento disso, é nossa Conferência Nacional,
que aprova a minuta", explicou o dirigente.
A Campanha Nacional 2015 começa agora, afirmou o presidente
da Contraf-CUT. "Ao entregarmos a minuta para os banqueiros começam as
negociações. Há possibilidade de conflitos, mas depois a resolução. E chegamos
a uma Convenção Coletiva. O Brasil vive agora uma crise política, que foi
transformada em crise econômica. Mas nossos patrões navegam num mar tranquilo.
Tiveram lucros altíssimos, apresentados no primeiro e segundo trimestres. Temos
certeza que eles terão responsabilidade e coerência na negociação com a gente.
E que vamos ter o ganho real que estamos reivindicando e vamos trazer mais
conquistas para a categoria", acrescentou Roberto .
Os 667 delegados e delegadas que participaram da 17ª
Conferência também discutiram temas importantes da conjuntura nacional, como as
consequências do processo de terceirização, reforma tributária, desenvolvimento
econômico e estrutura do s istema financeiro atual. Também houve duras críticas
ao último aumento da taxa Selic, que passou para 14,25% ao ano, e ao ajuste
fiscal, liderado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
PRINCIPAIS
REIVINDICAÇÕES APROVADAS NA CONFERÊNCIA
·
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição
da inflação mais 5,7% de aumento real)
·
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
·
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo
do Dieese em valores de junho último).
·
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e
auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
·
Melhores condições de trabalho com o fim das
metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
·
Emprego: fim das demissões, mais contratações,
fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação
do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT,
que coíbe dispensas imotivadas.
·
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS):
para todos os bancários.
·
Auxílio-educação: pagamento para graduação e
pós.
·
Prevenção contra assaltos e sequestros:
permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços
bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de
metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e
fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
·
Igualdade de oportunidades: fim às
discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros,
gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com def iciência (PCDs).
Fonte da Informação:
Informativo Eletrônico
do Sindicato dos Bancários do Ceará de Segunda-feira, 03 de agosto de 2015