ADVOGADA DE ESTUDANTES DA USP ENTREGA
VALOR DE FIANÇA EM DELEGACIA
Quantia apresentada foi de R$ 39.240; seis estudantes ainda iriam
prestar depoimento
Fernando Gazzaneo, do R7
A advogada Eliana Lucia Ferreira,
que representa os cerca de 70 estudantes detidos da USP (Universidade de São
Paulo), informou ao R7 que, por volta das 20h20 desta terça-feira (8),
já havia entregue o valor de R$ 39.240, que corresponde à fiança do grupo, à delegada
Maria Leticia Camargo, do 91º Distrito Policial, na zona oeste da capital.
Segundo ela, os alvarás de
soltura já estavam sendo elaborados e os estudantes encaminhados ao IML.
- Os
exames [de corpo de delito] do IML vão comprovar as agressões que alguns
estudantes disseram ter sofrido durante o processo de desocupação do prédio da
USP.
Mais
uma vez a delegada reforçou que nenhum dos estudantes se manifestou durante o
interrogatório. Eles disseram que só se manifestariam em juízo.
Durante
a tarde, a mãe de um estudante foi detida por xingar um policial militar
durante a manifestação organizada em frente ao 91º Distrito Policial, para onde
cerca de 70 estudantes detidos durante a reintegração de posse foram levados.
De
acordo com o delegado Dejair Rodrigues, a mulher, que estava na delegacia por
volta das 16h30, iria assinar um TC (Termo Circunstanciado) e seria liberada na
sequência.
Os
estudantes detidos na USP se recusam a prestar esclarecimentos à polícia. Todos
passarão por exame de corpo de delito.
Ainda
segundo o delegado, caso a fiança não seja paga, os alunos ficarão recolhidos
no 91º Distrito Policial, na Gastão Vidigal, zona oeste de São Paulo. Para
tentar liberar os universitários, sindicatos de trabalhadores de diversas
categorias do Estado de SP conseguiram arrecadar R$ 35 mil para pagar fiança
das 73 pessoas detidas durante a desocupação da reitoria.
O
dinheiro será usado caso eles não sejam liberados pelo habeas corpus, já pedido
pelo advogado Rodrigo Frateshi, que faz parte do grupo de defensores dos
estudantes presos.
REINTEGRAÇÃO
Por
volta das 5h20 desta terça, a Polícia Militar, em cumprimento de ordem judicial
de reintegração de posse, começou a retirar os estudantes do prédio. Cerca de
70 pessoas foram detidas, a maior parte por se recusar a sair do imóvel. O
acampamento era uma forma de protesto contra a presença da PM
na universidade.
Duas
viaturas foram apedrejadas no início da reintegração de posse. Cerca de 400
homens da polícia participaram da ação.
CENÁRIO
DE CAOS
Depois
de retirar os alunos por ordem da Justiça de dentro do prédio da reitoria da
USP, zona oeste de SP, a polícia encontrou um cenário de destruição e caos no
prédio. A reportagem do R7 também entrou no local e
encontrou cadeiras reviradas, colchões e barracas espalhados, paredes pichadas
com frases contra a Polícia Militar, além de sujeira, restos de comida e
garrafas de bebidas alcoólicas.
A
polícia achou ainda sete bombas caseiras, chamadas de coquetel molotov, além de
fogos sinalizadores em uma sala. O prédio, que estava ocupado por estudantes
desde a quarta-feira (2), foi liberado por volta das 7h20. Por conta do
confronto, três policiais militares ficaram feridos e cinco viaturas foram
danificadas pelos estudantes da USP, segundo a PM. Ainda de acordo com Rodrigues,
esses alunos ainda estão sendo identificados através de imagens e fotografias.
ENTENDA O CASO
A ocupação foi feita por um grupo
de alunos, por volta da 0h30 de quarta-feira (2), após assembleia que
determinou o fim da ocupação do prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de
Filosofia Letras e Ciências Humanas), que era ocupado em protesto contra a
prisão de três alunos que foram pegos com maconha no campus.
As principais reivindicações dos
manifestantes que invadiram a reitoria são a suspensão do contrato entre a
universidade e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) - que aumentou o efetivo
da Polícia Militar no campus - e a anulação dos processos administrativos que
alunos e funcionários sofrem desde outros protestos.
Fonte da Informação site R7
OPINIÃO
É preocupante ver alunos
universitários brigando com a policia e invadindo prédios públicos para
realizar vandalismo. Lutar por direitos é justo e necessário, mas, a utilização
da força para isso, chama-se violência. E Np estado democrático de direito, que
é o nosso caso, todos tem o direito se manifestar, mas é preciso lembrar que
não se pode passar por cima dos direitos dos outros.
Os alunos que estão protestando, que
agora estão presos, brigam pelo direito da “liberdade”, liberdade de seguir
suas escolhas pessoais, mas é preciso lembrar que quando a minha liberdade fere
a liberdade do outro, isso é uma ação perto da ditadura. Querer apoio para
burlar a lei, nesse caso liberdade para fumar maconha a vontade dentro do Campus
da Universidade, isso não é e nunca vai ser correto. Nem é correto ocupar
espaço público e destruir-lo, com a desculpa de lutar por direitos coletivos.
Sou a favor da liberdade de fazer de cada um fazer com a sua vida o que quiser,
até mesmo de fumar, cheirar qualquer coisa que lhe der na teia, agora enquanto
essa ação for contra a lei, os direitos da maioria precisam serem respeitados e
cabe a todos fazê-lo com que isso aconteça, pois senão, teremos mais um período
de ditadura, só que dessa vez uma “Ditadura do Proletariado” esclarecido sobre a
maioria democrática.
Maurício Lima