quinta-feira, 14 de julho de 2011


PSOL VAI AO JUDICIÁRIO INTEGRAR A AÇÃO DO MP


O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vai ao Tribunal de Justiça para integrar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo Ministério Público (MP) estadual, contra a Lei Municipal que garantiu aumento aos professores de Fortaleza, sob a alegação de que houve vício no processo legislativo. O desembargador Sales Neto, na última sexta-feira, indeferiu o pedido do MP, alegando sua falta de competência para promover a ação.
Ontem, na Assembleia Legislativa, o deputado Sérgio Aguiar (PSB) sustou o curso de um projeto de emenda à Constituição estadual, proposta pela deputada Eliane Novais (PSB), alterando exatamente o Art. 127 da Carta cearense para deixar explícito que o MP pode propor ação de inconstitucionalidade contra leis municipais. Segundo o desembargador Sales Neto, por este dispositivo constitucional em vigor, a Procuradoria de Justiça não tem competência para tais proposituras.
De acordo com o presidente estadual do PSOL, Moésio Mota, o partido deve entrar como parte no processo para dar respaldo à ação impetrada pelo Ministério Público. A assessoria jurídica da legenda esteve se debruçando sobre o assunto durante toda o dia de ontem, e, logo mais, deve dar entrada no pedido de o partido integrar a ação como um dos seus autores.
"As sessões na Câmara que aprovaram a Lei foram eivadas de várias irregularidades e têm que ser anuladas. É uma ação para tentarmos rever a decisão do desembargador, visto que o Ministério Público não encontrou êxito ainda", informou. O partido, uma vez com representação na Câmara Municipal de Fortaleza, tem legitimidade para pleitear judicialmente, como entendeu o desembargador.
Como foi publicado, ontem, no Diário do Nordeste, o Ministério Público vai recorrer da decisão judicial e, caso a Justiça rejeite a ação, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser provocado. Na próxima sexta-feira, em uma entrevista coletiva, segundo o promotor de Justiça Luiz Laércio, será apresentado o agravo regimental confrontando a decisão do desembargador Sales Neto, onde será apresentado à sociedade "os motivos da incoerência da decisão do Tribunal de Justiça e demonstrar o sentimento do Ministério Público diante desta interpretação desastrosa", disse o promotor.
O promotor informou também que a Procuradoria não foi notificada da decisão do Tribunal e que ainda está sendo realizado um levantamento de diversos processos movidos pelo Ministério Publico contra gestores municipais.
O vereador João Alfredo (PSOL), que provocou o Ministério Público a entrar com ação de inconstitucionalidade da Lei 9.780, disse que a posição de seu partido é reforçar o trabalho da Procuradoria. "Temos total confiança que o Ministério Público vai continuar com a ação e o Tribunal deve julgar improcedente esta Lei", avaliou o socialista, que afirmou ainda que seu partido deverá entrar com uma ADI, "apenas se o Ministério não conseguir seu intento".
A emenda constitucional da deputada Eliane Novais estava na pauta de votações de ontem, da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia, mas o presidente do colegiado, deputado Sérgio Aguiar (PSB) sobrestou a matéria, afirmando ser necessário um maior aprofundamento.
A decisão dele, avisa, foi baseada na matéria veiculada ontem, no Diário do Nordeste, informando que o Ministério Público reagiu contra a decisão do desembargador do TJ.
Fonte da informação Jornal Diário do Nordeste

Nenhum comentário: