PARTIDO MANTÉM ATO DE EXPULSÃO
FOTO: FRANCISCO VIANA |
O deputado
estadual Gony Arruda, atualmente licenciado da Assembleia para exercer o cargo
de secretário dos Esportes do Governo do Estado, anunciou oficialmente ontem, em
entrevista coletiva, que está deixando o PSDB, mas não anunciou a que sigla se
filiará, deixando transparecer que vai mesmo para o PSD, o destino de alguns
outros deputados tucanos.
Gony Arruda, por
força da legislação eleitoral, para não correr o risco de perder o mandato, só
poderá ingressar em um novo partido, no caso o PSD, em razão de uma brecha
aberta na legislação que garante aos partidos os mandatos que seus filiados
conseguiram nas urnas.
Ele, do grupo de
deputados tucanos dissidentes desde a eleição estadual do ano passado, é o
único que está sofrendo um processo de expulsão do PSDB, sob a alegação de ter
assumido uma secretaria do Governo Cid Gomes (PSB), a quem os tucanos decidiram
fazer oposição.
Ele tem alegado,
em sua defesa, que antes de assumir o cargo fez uma consulta aos colegas de
partido e obteve o apoio deles. Alguns contestam essa afirmação. A maioria, contudo,
está solidária ao secretário e também já está cuidando de filiar-se ao novo
partido, o PSD.
Na entrevista
coletiva, Gony Arruda mencionou, por diversas vezes, que não teme perder o
mandato por infidelidade partidária, pois garante que não há nenhum processo
judicial que possa acusá-lo de qualquer infração. Assegura que, ao longo de
mais de 15 anos de carreira política, permaneceu sempre com sua "ficha
limpa" e atribui a perseguição a membros do Conselho de Ética do PSDB.
"Me jogaram aos leões".
Quando recebeu a
proposta para assumir a pasta, afirma, tratou de consultar a bancada estadual
do PSDB, antes de tomar qualquer decisão. Arruda explica que todos os
parlamentares não se opuseram, com exceção de Fernando Hugo, que optou pela
abstenção. Para justificar o que chamou de perseguição, ele lembrou, mais uma
vez, o caso do ex-deputado Marcos Cals (PSDB), atual presidente estadual da
sigla, que assumiu a Secretaria de Justiça no primeiro mandato de Cid Gomes.
Gony Arruda
reconheceu a seriedade e honestidade do companheiro na época que assumiu a
pasta, mas alegou que Cals tomou a decisão sem comunicar ao PSDB. "Mesmo
quebrando um compromisso, ele teve apoio do partido para ser candidato a
governador", ressaltou.
Falou, ainda, que
a suposta marcação não é de hoje, alegando ter sofrido problemas sérios em suas
bases do Município de Croatá, em que as lideranças do PSDB pediram ao eleitor
para que não votasse nele.
Publicado no Jornal Diário do Nordeste em 14 de junho
de 2011
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