A Fenaban enviou ofício à
Contraf-CUT agora de manhã, no quarto dia da greve nacional da categoria,
chamando uma nova rodada de negociação com o Comado Nacional dos Bancários para
hoje às 17h, em São Paulo. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também
chamaram nova negociação das reivindicações específicas para esta sexta-feira,
às 18h, também na capital paulista. Também haverá negociação com o BNB em
Recife, às 18 horas.
"A força da greve que
arrancou essa nova negociação. Queremos que os bancos apresentem uma proposta
decente para que possamos levar às assembleias da categoria. Nossa mobilização
está vencendo a intransigência dos banqueiros. A palavra de ordem é
intensificar a greve no dia de hoje para pressionar os bancos",
afirma Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.
As novas rodadas de negociações
ocorrem no momento em que a greve nacional está crescendo em todo o país. Nesta
quinta-feira 2 as paralisações atingiram 9.379 agências e centros
administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito
Federal. Foram 1.706 novas unidades que aderiram à greve em relação à
quarta-feira, um crescimento de 22,2%. Desde o primeiro dia da greve, a
paralisação cresceu 42,7%.
GREVE NACIONAL DOS BANCÁRIOS CRESCE E PARA 9.379 AGÊNCIAS NO TERCEIRO
DIA
Diante do silêncio dos bancos, a
greve nacional dos bancários continua crescendo em todo o território nacional.
Nesta quinta-feira 2, terceiro dia do movimento, as paralisações atingiram
9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26
estados e Distrito Federal. Foram 1.706 novas unidades que aderiram à greve, um
crescimento de 22,2% em relação à quarta-feira.
As informações foram enviadas à
Contraf-CUT até as 18h pelos 134 sindicatos que integram o Comando Nacional dos
Bancários. No primeiro dia de greve, na terça-feira 30, haviam sido fechadas
6.572 unidades. Já no segundo dia as paralisações alcançaram 7.673
dependências. Ou seja, desde o primeiro dia da greve, a paralisação cresceu
42,7%.
"É essa a resposta dos
bancários ao silêncio da Fenaban. Estão ampliando a mobilização a cada dia em
todo o país para mostrar a insatisfação e exigir uma proposta que contemple não
apenas as reivindicações econômicas, mas também as demandas sociais, como
proteção ao emprego, melhores condições de trabalho, com o fim das metas
abusivas e do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades",
afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando
Nacional.
"Os bancos são um dos
setores mais rentáveis da economia brasileira graças principalmente ao aumento
da produtividade dos bancários. As seis maiores instituições, que empregam mais
de 85% da categoria, tiveram lucro líquido de R$ 58,7 bilhões em 2013 e mais R$
28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano. Os bancários só sairão dessa greve
com maiores avanços no salário, na valorização do piso e na melhoria das
condições de trabalho", adverte Carlos Cordeiro.
Os bancários aprovaram a greve
por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 25 de
setembro e ratificaram a decisão no dia 29, quando rejeitaram uma segunda
proposta dos bancos, elevando para 7,35% o reajuste dos salários e outras
verbas salariais e para 8% o reajuste do piso salarial.
BANCÁRIOS PROTESTAM CONTRA INDEPENDÊNCIA DO BC
Os bancários também realizaram
nesta quinta-feira manifestações em pelo menos 11 capitais para combater a
proposta de independência do Banco Central, que os bancos privados colocaram na
agenda eleitoral ao incluírem o tema nos programas de governo de candidatos à
Presidência da República.
Os atos foram convocados pelo
Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e receberam apoio
e participação da CUT, da CTB, da Intersindical e vários movimentos sociais.
CONFIRA ABAIXO O QUE OS BANCÁRIOS REIVINDICAM E O QUE OS BANCOS
PROPUSERAM.
AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
Reajuste salarial de 12,5%.
Piso Salarial de R$ 2.979,25
PLR: três salários mais parcela
adicional de R$ 6.247.
14º salário.
Vales alimentação, refeição,
cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada
(salário mínimo nacional).
Gratificação de caixa: R$
1.042,74.
Gratificação de função: 70% do
salário do cargo efetivo.
Vale-cultura: R$ 112,50 para
todos.
Fim das metas abusivas.
Combate ao assédio moral.
Isonomia de direitos para
afastados por motivo de saúde.
Manutenção dos planos de saúde na
aposentadoria.
Emprego: fim das demissões e da
rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como
determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às
terceirizações.
Plano de Cargos, Carreiras e
Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para
graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e
sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em
agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário
de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de
metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente
aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para
todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de
mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
A PROPOSTA DOS BANCOS REJEITADA PELOS BANCÁRIOS
Reajuste de 7,35% (0,94% de
aumento real).
Piso portaria após 90 dias -
1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias - R$
1.779,97 (1,55% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90
dias - R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa),
significando 1,39% de aumento real).
PLR regra básica - 90% do salário
mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do
lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91.
PLR parcela adicional - 2,2% do
lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.
Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até
dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de
2015.
Regra básica - 54% do salário
mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro
líquido - o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional - 2,2% do lucro
líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51.
Auxílio-refeição - R$ 24,88.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª
cesta - R$ 426,60.
Auxílio-creche/babá (filhos até
71 meses) - R$ 355,02.
Auxílio-creche/babá (filhos até
83 meses) - R$ 303,70.
Gratificação de compensador de
cheques - R$ 137,97.
Requalificação profissional - R$
1.214,00.
Auxílio-funeral - R$ 814,57.
Indenização por morte ou
incapacidade decorrente de assalto - R$ 121.468,95.
Ajuda deslocamento noturno - R$
85,03.
Fonte da Informação:
Informativo Eletrônico
do Sindicato dos Bancários do Ceará - Sexta-feira, 03 de setembro de 2014
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