Edição Nº 1337 de 2 a 7 de junho de 2014 |
O Sindicato dos Bancários do
Ceará denuncia mais uma vez o festival de desmandos que existe atualmente no
Banco do Brasil. Infelizmente, já são comuns no BB atitudes como pressão por
metas, assédio moral, perseguição a funcionários grevistas, trabalho em finais
de semana e feriados, vista grossa às atitudes de gerentes assediadores e até
lista negra para futuros descomissionamentos, entre outros absurdos. As
denúncias são constantemente encaminhadas à Ouvidoria e à direção do Banco do
Brasil, mas poucas providências são tomadas de forma concreta.
Uma das denúncias chegou ao
conhecimento do Sindicato através de um ex-superintendente do banco no Ceará,
que após sofrer inúmeras formas de assédio, foi pressionado a se aposentar em
março de 2013 e resolveu denunciar o que estava acontecendo nos bastidores do
banco. De acordo com o ex-funcionário, em carta apresentada à direção e
divulgada na área interna do BB, ele era forçado a fazer avaliações
tendenciosas, levando alguns colegas a também se aposentarem ou receberem
punições indevidas. Tudo com o aval da Super/CE.
Inconformado com a situação e
falta de apuração devida pelo BB, o ex-superintendente acionou a justiça que,
recentemente, divulgou documentos que comprovam a existência de uma lista negra
dentro do BB. Da relação, constam os nomes de pelo menos 41 gerentes apontados
como “as próximas vítimas” de assédio e pressão. A lista contém os gerentes com
mais de 50 anos de idade e mais de 30 anos de banco e que seriam pressionados a
se aposentarem, ou ao contrário, seriam transferidos para agências de nível
inferior ou até mesmo, seriam descomissionados.
Além disso, o ex-funcionário era
obrigado a passar por situações vexatórias, sofreu discriminação por conta da
sua idade e foi obrigado a suportar abusos, exploração com exigência de tarefas
subumanas e foi vítima de perseguição e assédio moral pelo seu superior, o
superintendente estadual Elói Medeiros, o que provocou seu pedido de
aposentadoria. O bancário sempre teve posição de destaque dentro do banco e era
reconhecido por colegas e clientes pelo seu trabalho dentro da instituição.
“Há tempos denunciamos essa
prática desumana que existe no Banco do Brasil. O terror está instalado no
Ceará. Há cobrança de metas abusivas, ameaças constantes de descomissionamentos
e ‘downgrades’, assédio moral e principalmente, tendo como alvo pessoas que já
provaram sua capacidade profissional e sua dedicação à empresa durante toda a
vida, sendo obrigados até mesmo a serem anti-éticos com os colegas de
trabalho”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do BB, José Eduardo
Marinho.
“O Banco do Brasil agora não tem mais limites. Não cumpre acordo
coletivo, não obedece à legislação trabalhista, exige o cumprimento de metas
desumanas e pratica uma jornada excessiva e cruel. Além disso, com a divulgação
dessa lista negra, fica comprovado também que o BB discrimina os seus
funcionários pela idade, após dedicarem a vida inteira ao banco. Isso é, no
mínimo, desrespeitoso”
Gustavo Tabatinga, secretário jurídico do Sindicato e funcionário do BB
Última atualização: 02/06/2014 às 10:54:56
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