Nesta quarta-feira, 5/6, os
funcionários da agência Benfica, do Banco do Brasil, vestiram preto e cruzaram
os braços por uma hora para protestar contra o modelo sanguinário de gestão
adotado pelo banco na cobrança de metas. Essa foi também uma forma de demonstrar
a indignação e a solidariedade com o gerente geral da agência, transferido para
uma agência de menor porte por não atingir as expectativas da direção na
unidade Benfica.
“Esse vem sendo um costume do banco ultimamente: rebaixar níveis de
comissão para quem não cumpre o que a direção determina. Já aconteceu em várias
agências, sem falar nos gerentes que estão constantemente ameaçados de sofrerem
a mesma punição. Estamos paralisando essa agência hoje por uma hora para
mostrar à direção do BB a indignação dos bancários e, a partir de agora, se
descomissionar ou rebaixar gerente, o Sindicato vai estar lá paralisando aquela
unidade e cobrando responsabilidade da direção do BB”, avisa o diretor do
Sindicato, Bosco Mota. Ele completa: “agora
precisamos, como aqui está acontecendo, do apoio de todos os bancários,
inclusive dos comissionados, porque até os valores das comissões hoje não
condizem mais com o trabalho realizado e sem luta, sem mobilização não há
conquistas”, finaliza.
O delegado sindical da agência,
Ailton Lopes, justificou o protesto: “esse
não é um ato de uma pessoa, mas do conjunto de nós que fazemos essa agência,
que fazemos o Banco do Brasil. Sabemos que esse retardamento de uma hora no
atendimento tem um impacto na vida das pessoas, mas nós não podíamos deixar
passar em branco nossa indignação e nossa recusa a um modelo de gestão que não
atende às necessidades das pessoas. Não adianta um banco dizer que é bom pra
todos, que respeita a sociedade e que quer o melhor para seus clientes se ele exige
metas absurdas e tenta sugar ao máximo os seus trabalhadores. A nossa luta é
pela defesa do BB como um verdadeiro banco público”, disse.
“Vestidos de preto, os funcionários demonstraram o seu luto e o seu
desejo pela morte desse modelo que eles não querem para o Banco do Brasil. O BB
atualmente foge do que se espera de um banco público assumindo uma postura
fascista onde o que manda é o interesse de curto prazo para atingir metas. Um
modelo que tem perseguido funcionários, que tem menosprezado carreiras
construídas com esforço no decorrer de décadas, que pune colegas que se
dedicaram ao banco a vida inteira, mas que em um só semestre não conseguiu
atingir sua meta, então ele não serve mais e toda a sua carreira é
desconsiderada. Portanto, se esse banco não tem diferença de um banco privado,
nós temos que fazer valer a política que nós defendemos, de um banco público
forte e a serviço do Brasil”, analisa o diretor do Sindicato, Gustavo
Tabatinga.
O presidente do Sindicato, Carlos
Eduardo Bezerra, considera que essa disposição dos colegas da agência Benfica é
uma resposta muito importante a essa postura da direção do BB. “Esse movimento representa o sentimento de
indignação e de solidariedade existentes em todas as agências do banco. O
gerente geral dessa agência está sendo rebaixado e está sendo impedido na sua
progressão de carreira, está sendo transportado para outra agência como
retaliação a uma responsabilidade que não é dele. Os funcionários resistem a
isso porque querem atender pessoas e não um objeto a ser explorado. Esse é o
conflito: enquanto os trabalhadores querem atender as pessoas, o BB quer que o
bancário explore as pessoas. Essa é a política de metas do BB hoje: o cliente
representa apenas um frango a ser depenado. Que banco bom pra todos é esse? Bom
pra ele né?”, avalia o presidente.
“Nós queremos negociar, temos uma pauta na mesa de negociação, mas o
banco tem se recusado a sentar com os trabalhadores. E se essa postura se
manter, nós não vamos ficar sem lutar. Se o BB não quiser negociar, nós não
vamos ficar só nessa paralisação. Vamos partir para uma greve nacional para
garantirmos nossos direitos”, finaliza.
Fonte:
SEEB/CE, publicado em 05/06/2013 às 15:23:39
Nenhum comentário:
Postar um comentário