Essa semana que
passou, o assunto mais comentado foi o vídeo do cantor Alexandre Pires, King
Kong, que teve a participação Mr. Catra e do jogador Neymar. Vídeo no qual aparecem
várias pessoas vestidas de macacos e que foi alvo de vários comentários nos
noticiários da TV, devido uma possível conotação racista. (clique aqui para entender o ocorrido)
O falatório foi
tanto, que resolvi ver o vídeo e ler a letra da musica. E confesso que não vi nada
de mais. Nada que leve a acreditar que o referido vídeo foi feito para denegrir
essa ou aquela pessoa. Acho que estão fazendo “tempestade em um copo de água”.
Pensando desse modo, isso é, de acordo com a Procuradoria Geral da República em
Uberlândia (MG), teriamos que processar todos os autores de livros de história,
pois segundo os estudiosos nós todos descendemos de primatas, isso é, macacos.
Pegando o mesmo raciocínio usado pelos defensores da causa negra, então temos
que abrir processo contra a Teoria da Evolução. Outra coisa, se a Teoria Evolucionista
estiver certa, de onde vieram os homens brancos? Já que todos os macacos eram negros?
Nessa onda de defesa dos direitos, temos que entrar com uma ação proibindo os
livros de história de ensinarem a nossos filhos que somos de origem africana e
que descendemos da evolução dos macacos. Será que a teoria certa é a Criacionista?
Assim de onde vieram os homens negros? Pois o Adão e Eva eram brancos.
Vamos parar com
essa hipocrisia de lutar pelos direitos dos negros. Eu sou negro e não dei o
direito a ninguém de me defender, sei me defender sozinho. Daqui a pouco vamos
processar o Reginaldo Rossi, por falar dos “cornos”. Os Funkeiros por falarem
das “cachorras” e por ai vai. Se alguém resolvesse amanhã, sair com uma camisa
escrita o texto: “CEM POR CENTO NEGRO”, ninguém iria falar nada, mais se fosse
alguém com uma camisa escrita: “CEM POR CENTO BRANCO”, essa pessoa iria ser, certamente, presa e processada por racismo.
Assim como professor de História e
Sociologia que sou, creio que todo esse reboliço causado por um simples vídeo,
deve-se aquilo que Emile Durkhein, explica quando fala do “Fato Social”. Ele parte
da idéia de que o indivíduo é produto da sociedade. Dessa maneira, fato social,
é,
[...] toda
maneira de fazer, fixado ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de
uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria,
independente de suas manifestações individuais. (DURKHEIM, 1999, p. 13).
Desse modo, essa história do preconceito
e do racismo é produto da nossa sociedade, e não de uma pessoa, processa o
cantor é um erro, deveríamos processa a sociedade como um todo.
Professor
de História, Geografia e Sociologia - Maurício Lima
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