A votação de hoje é a última etapa
das ações partidárias para a escolha do candidato do partido à Prefeitura
Prefeita Luizianne Lins, segundo
seus correligionários,
fará a maioria absoluta dos
delegados do PT para
o encontro municipal
FOTO: RODRIGO CARVALHO
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O Partido dos
Trabalhadores, em Fortaleza, entra na reta final do processo de escolha do seu
candidato, ou mais corretamente, para a homologação do nome escolhido pela
prefeita Luizianne Lins, presidente estadual da agremiação, para disputar a sua
sucessão. Neste domingo, os filiados ao partido, com direito a voto, escolhem
os 300 delegados ao encontro municipal, instância última, no entendimento dos
postulantes para consagrar o apontado pela prefeita.
Luizianne tem
o controle do PT municipal. Todas as outras correntes juntas, disto suas
lideranças são sabedoras, não conseguirão lhes impor uma derrota. E com o
número de delegados escolhidos hoje, nada a impedirá de aprovar o nome de
Elmano de Freitas, no encontro municipal do próximo dia 20, para ser o petista
candidato à Prefeitura da Capital, que, como ela, em 2004, vai para a disputa a
contragosto dos lideres de várias outras tendências do partido, além de ser, até
aqui, uma barreira quase intransponível para a manutenção da aliança com o PSB,
o PMDB e o PCdoB.
O deputado
Artur Bruno, dentre os ainda relacionados como pré-candidatos petistas, é o
único a oferecer alguma resistência. Mas de nada adiantarão suas teses
levantadas na reunião do próximo dia 20, para não ser aprovado um único nome,
sob o argumento de ajudar na retomada do diálogo em favor da manutenção da
aliança, pois já existe uma estratégia para derrotá-las, sem até mesmo
debatê-las. Bruno terá, mantido o sentimento agora existente no grupo da
prefeita, uma grande derrota.
E se por
acaso fosse vencedor, experimentaria uma grande decepção. Ele também não tem o
perfil traçado pelo PSB para ter o apoio da agremiação na sucessão municipal.
Nenhum dos nomes ventilados pelos petistas, até o momento, para suceder a
prefeita, atende às exigências do governador e seus liderados. Ciro Gomes, o
"guia" do governador, recentemente em uma roda foi muito claro ao nos
deixar essa certeza, ao tempo que apontou o nome do deputado estadual Nelson
Martins, atual titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, como um
petista que lhes agradaria.
Nos discursos
ou declarações publicados, tanto o governador Cid Gomes quanto à prefeita
Luizianne Lins demonstram interesse em manter a aliança que os beneficia desde
as eleições de 2006, com a ascensão do próprio Cid ao Governo e a reeleição de
Lins. Ele mais do que ela. Mas ambos fazem exigências, umas públicas e outras
veladas, motivadoras da separação. Cid quer um candidato petista a ser
apresentado com um projeto diferente do executado atualmente por Luizianne. E
ela quer Elmano, por representar a continuidade na mais ampla acepção da
palavra.
Desde a
última quinta-feira que está em poder de dirigentes do PSB uma pesquisa feita
pelo Ibope, inclusive com registro na Justiça Eleitoral, o que lhe permite ser
publicada pelos meios de comunicação, sobre a sucessão em Fortaleza, para
nortear os filiados do partido.
O Governo do
Estado já havia mandado fazer outras pesquisas, inclusive, recentemente, mas
apenas para consumo interno. A última será mostrada ao ex-presidente Lula, com
quem o governador Cid Gomes vai conversar sobre a sucessão de Fortaleza, como
já havíamos registrado, ainda no ano passado, motivo de questionamento de
alguns petistas. Só depois da conversa com Lula é que Cid decidirá o que fazer
em Fortaleza.
Com
Luizianne, ele não falará antes do encontro com Lula, previsto para os próximos
dias. O próprio governador já fez chegar ao ex-presidente o seu interesse em
tratar da sucessão em Fortaleza, antes dos fatos consumados no próprio PT.
A situação de
agora está muito parecida com a de 2008, quando da escolha do candidato a
vice-prefeito de Luizianne, na disputa pela reeleição, que ele queria Tin Gomes
e ela não, mas acabou aceitando, já depois da convenção partidária que
homologou sua candidatura a prefeita e de Raimundo Ângelo como vice, esperando
que Cid apresentasse outro nome, que não o de Tin, e ele não o fez, só
aparecendo no seu palanque depois da campanha iniciada e após ela quedar-se
aceitando a sua indicação.
Naquele
momento, houve até contestação na Justiça Eleitoral sobre a escolha do vice. É
que o escolhido na convenção teve que renunciar para que Tin passasse a compor
a chapa.
Cid e
Luizianne em nenhum momento conversaram sobre as próximas eleições. O único
diálogo deles, que poderia ter sido a abertura para as negociações necessárias
à formação ou manutenção de uma coligação, aconteceu no fim de fevereiro,
véspera da visita da presidente Dilma Rousseff ao Ceará, quando os dois, em uma
ligação telefônica para tratarem da agenda de Dilma, Cid disse para Luizianne
que ia fazer uma viagem ao exterior e quando retornasse, ligaria para marcar um
encontro. Isso até hoje não aconteceu e as razões já relatamos neste espaço.
Fonte da Informação Diário do
Nordeste
Edison Silva - Editor de Política
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