Secretário
do Ministério da Saúde Odorico Monteiro virá ao Ceará para discutir a
implantação no Ceará
Mesmo aquelas pessoas que possuem plano
de saúde devem ter o cartão
VIVIANE PINHEIRO
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O Cartão Nacional da Saúde (CNS) deverá ser universalizado no
Brasil até 2014, informou o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do
Ministério da Saúde, Odorico Monteiro. "Sua implantação será paulatina no
Ceará e nos outros Estados brasileiros", esclareceu o médico cearense em
entrevista ao Diário do Nordeste.
Odorico Monteiro virá ao Ceará, no próximo dia 9, para encontros
com secretários de saúde do Estado e dos municípios. Na ocasião, estará em foco
a proposta de uso do Cartão Nacional de Saúde de forma obrigatória.
"Ninguém deixará de ser atendido no Sistema Único de Saúde (SUS) porque
não tem o cartão", garantiu o secretário, apontado como autor da ideia no
Ministério da Saúde.
"O cartão é para todos", disse, explicando que mesmo
aqueles que possuem plano de saúde ou habitualmente realizam consultas e outros
procedimentos de forma particular devem possuir o documento. Atualmente, muitos
usuários do SUS já têm o cartão, número de cadastro ou apenas um ou outro.
"Já contamos com um banco de dados de mais de 145 milhões de
cadastrados", frisou o médico.
A determinação do uso do cartão nacional está na Portaria N°763,
de 20 de julho de 2011, do Ministério da Saúde. A previsão para o início da
obrigatoriedade estava marcada para 1º de março, ou seja, desde a última
quinta-feira. A orientação do Ministério foi que, a partir daquela data em
diante, em todos os atendimentos feitos em estabelecimentos de Saúde, o usuário
terá de informar o número do seu Cartão Nacional do SUS, não importando se o
atendimento é pelo Sistema Único, particular ou por plano de saúde.
Assim, o preenchimento do número do CNS do usuário passa a ser
utilizado para o registro dos procedimentos ambulatoriais e hospitalares nos
sistemas de informação do Ministério. E, apesar do anúncio quanto à
obrigatoriedade da utilização do documento, Odorico Monteiro ratifica que ele
"nunca será barreira para o atendimento, pois sua implantação é para
facilitar, garantir o livre acesso aos serviços de saúde públicos".
Com o CNS, o usuário poderá ter, ainda, acesso ao Portal do
Cidadão. "Além disso, o cadastramento facilitará a unificação dos dados da
pessoa por meio do número registrado no cartão", citou, ressaltando que,
no Ceará, como em outros Estados, o sucesso dessa iniciativa em muito dependerá
da parceria do Ministério da Saúde com o governo estadual e os Municípios. A
expectativa do secretário é que haverá uma melhoria no atendimento do paciente
quando este se desloca de uma cidade para outra por meio de uma regulação nos
serviços prestados.
"O procedimento da utilização do cartão deve ser universal,
pois todos, de uma forma ou de outra, terminam por usar o Sistema Único de
Saúde", comentou, dando como exemplo as campanhas de vacinação, as
cirurgias de grande porte como os transplantes e as ações de Vigilância
Sanitária. "Todos os brasileiros são usuários do SUS, por isso é
necessário esse acompanhamento das informações", frisou.
Já o secretário de Saúde do Estado, Arruda Bastos, explicou que
"o cartão nacional não é novidade, é uma coisa até mesmo antiga".
Mas, o uso desse documento por todos, contendo informações semelhante a um
prontuário eletrônico, isso sim, é algo que ele aponta como novo. "O
documento possibilitará um grande avanço na saúde pública", acredita o
secretário.
Arruda Bastos adianta que os dados coletados no CNS permitirá aos
gestores do SUS saber, por exemplo, o histórico do atendimento prestado ao
portador, se ele foi submetido a cirurgias, se fez exames ambulatoriais e que
avaliações médicas recebeu.
Com isso, será possível não apenas melhorar o atendimento, mas
racionalizar os procedimentos e evitar desperdício. "O cartão permitirá um
melhor controle da distribuição dos remédios gratuitos", observou,
adiantando também que o sistema de banco de dados eletrônico facilita o acesso
ao medicamentos gratuitos em postos e hospitais da rede pública.
Outra vantagem está relacionada ao maior controle das epidemias.
"Será bom para o governo, pois trabalhará com estatísticas mais
confiáveis; será bom para o usuário pois deverá mais acesso aos serviços",
ponderou.
MOZARLY ALMEIDA
REPÓRTER
Fonte da Informação Jornal Diário do
Nordeste
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