ATO PÚBLICO COBRA
CARREIRA E PISO PARA PROFESSORES
Manifestante, o
professor de História da rede estadual de ensino, Roger Sousa, 35, queria
deixar claro: “Estamos em greve não só pelo salário. Queremos dignidade, respeito,
melhores condições de trabalho. Vocês todos passaram por nós, professores”, disse,
no meio da caminhada que parou o trânsito em vias do Benfica e do Centro, na
tarde de ontem.
Professores da
rede estadual e municipal, apoiados por estudantes, caminharam em protesto
desde o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, na avenida
13 de Maio, até a Praça do Ferreira.
O ato unificado
fez parte de uma série de ações realizadas simultaneamente ontem, Dia Nacional
de Paralisação, por todo o Brasil, para chamar a atenção da população para a
condição dos professores da educação básica pública no país. Convocado pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o ato teve como
lema: “Piso, Carreira e Plano Nacional de Educação”.
Em Fortaleza, professores
do Município paralisaram as atividades por ontem. Já os profissionais da
educação do Estado continuam em greve por tempo indeterminado. As negociações
com o Governo ainda não avançaram. Alunos da rede estadual estão sem aula desde
o último dia 5.
De acordo com o
diretor do Sindicato dos Professores e Servidores no Estado do Ceará (Apeoc), André
Sabino, a caminhada se tornou um grande ato unificado em defesa da valorização
do professor. “Só vamos parar a greve, quando o governador retomar a negociação,
apresentando uma proposta concreta que nos agrade e respeite o piso”, disse.
Na próxima
segunda-feira, às 08 horas, a categoria realizará nova assembleia no Ginásio
Paulo Sarasate. Servidores da Universidade Federal do Ceará (UFC), que também
estão em greve, participaram da caminhada, assim como lideranças da União
Nacional dos Estudantes (UNE).
Segundo a
primeira tesoureira da UNE, Marília Rodrigues, a entidade abraça a bandeira dos
professores por acreditar que este é um caminho para melhorar a educação. “Para
melhorar o ensino, é preciso valorizar o profissional. A educação no Ceará é só
na garra e na coragem dos professores”, disse.
Para a dirigente
do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindiute), Ana Cristina
Guilherme, em nível municipal, a caminhada reivindica o piso, jornada de
trabalho de 40 horas semanais e eleições diretas para diretores de escola.
Fonte: O Povo Online
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