Roberto RobainaDepois
de 50 anos de ciclos econômicos em que a curva do capitalismo foi de
ascensão, entramos num período novo, de tendência declinante. Um
verdadeiro giro na situação mundial que marcará profundamente os EUA e a
Europa. A luta de classes na Europa não será a mesma: o que vimos na
Espanha, antes na Grécia, é apenas o início de conflitos maiores.
A repercussão da crise é mundial: a revolução árabe mostra isso.
Levantes de massas na Tunísia, no Egito, na Líbia, Yemem, Síria. Esta se
combinando a indignação contra a crise econômica com a consciência
democrática que cresce no mundo. Esta consciência é herdeira de lutas
seculares, mas diretamente da queda do muro de Berlim, mostrando como
foi importante a derrota do stalinismo.
O Brasil é um país que no meio da crise aparece como um lugar de
investimento capitalista. Nos próximos anos a tendência é que o Brasil
cresça, mas as contradições irão se acumulando: inflação, quando não a
inflação os gargalos de infraestrutura, e sempre a pobreza, a violência e
a péssima distribuição da renda. A prova de que não há por parte do
capitalismo brasileiro nenhuma possibilidade de vida melhor é o programa
de sair da extrema pobreza: uma família de 5 pessoas com a renda de
mais 350 reais já não é considerada extremamente pobre.
O Brasil viveu ao longo dos últimos 30 anos um processo de luta e
conscientização democrática e social. O PT foi à expressão disso. Ao
mesmo tempo, a falta de alternativa socialista em nível mundial e a
reestruturação produtiva dos anos 90, combinada com a política
reformista da direção petista empurrou o PT para o lado do capital. O PT
hoje tem seus dirigentes vinculados com fundos de pensão, assessorando
empresas, ligados aos interesses do capital. E são os que garantem a paz
social dos projetos capitalistas.
Fonte da informação Site Fundação Lauro Campos
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