ENEM - ENTRE AS DEZ MELHORES ESCOLAS DO PAÍS, SÓ UMA É PÚBLICA
Foto Divulgação
Alunos
participam de atividade cultural no Colégio de Aplicação da UFV;
escola tem 480 estudantes matriculados
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Só uma escola pública está entre as dez melhores do país, segundo
as notas dos colégios brasileiros no Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio) divulgadas nesta segunda-feira (12).
O Colégio de Aplicação da UFV (Universidade Federal de Viçosa),
com 480 alunos matriculados, obteve média de 726,42 pontos no exame,
em uma escala que vai de 0 a 1.000.
Apesar de ser a campeã no ranking das escolas públicas, a
instituição federal está em oitavo lugar em comparação com os
melhores colégios brasileiros.
A nota da escola federal foi 35 pontos menor do que a primeira do
ranking geral do Enem - o Colégio São Bento, do Rio de Janeiro,
obteve 761,7 pontos. Com isso, a pontuação do colégio da UFV,
chamado de Coluni, foi 5% menor que a do São Bento.
Entre as escolas "top ten" do Enem, quatro são de Minas
Gerais - Bernuolli, Santo Antônio e o Coleguium, todas particulares,
além do Coluni. Uma surpresa no ranking são os colégios do Piauí
- o Instituto Dom Barreto ficou na segunda posição entre os
melhores, enquanto o Educandário Santa Maria Goretti está na sétima
posição.
Para evitar distorções, o R7 considerou o corte de
50% ou mais de participação dos alunos no Enem como forma de
comparar escolas em situação parecida. A recomendação vem do
ministro da Educação, Fernando Haddad, que sugeriu ser "coerente"
comparar escolas dentro da média nacional de participação. Os
dados do Enem são de 2010, os últimos divulgados pelo MEC
(Ministério da Educação). As notas das escolas tipo EJA (Ensino de
Jovens e Adultos, o antigo supletivo) não foram divulgadas.
Dedicação exclusiva
Exceção entre as escolas públicas, a maioria gerenciadas por
governos estaduais e prefeituras, o Coluni (Colégio de Aplicação
da UFV) é uma instituição federal - significa que a União é
responsável pelo seu funcionamento.
Um dos seus diferenciais é ter professores com dedicação exclusiva
às aulas que não podem ter outros empregos, afirma a orientadora
educacional, Bárbara Lehner de Freitas.
- Os estudantes têm atividades o dia todo. Eles podem tirar dúvidas
à tarde, fazer aulas de reforço, oficinas de redação e de
laboratório, por exemplo.
Apesar disso, o curso não é integral. A escola oferece aulas apenas
para o ensino médio - são quatro turmas de 40 alunos para cada ano,
o que totaliza 160 estudantes em cada série.
Ao contrário do senso comum no mundo da educação, que diz que as
aulas são melhores com turmas pequenas, as salas no Coluni são
cheias. O diretor Hélio Paulo Filho afirma que isso não é um
problema.
- Os alunos aprendem em salas grandes e ventiladas, todas equipadas
com data show e computador. Não tem segredo para dar boas aulas:
temos professores motivados, funcionários preparados e uma seleção
rigorosa dos estudantes, que passam por um vestibulinho. Não há
atraso nos salários dos professores.
Problemas de toda escola pública
O diretor afirma, no entanto, que o colégio passa por dificuldades
parecidas com a das escolas públicas, como falta de professores.
- Estamos tendo problema com a reposição de docentes. Hoje, temos
em torno de 30 professores, mas há vagas que não foram preenchidas,
concursos que não saíram para contratar especialistas em sociologia
e outras matérias. Estamos alinhando isso com o governo federal, mas
o problema ainda não está resolvido.
As escolas federais - como IFSP (Instituto Federal de São Paulo) e
os Cefets (Centros Federais de Educação e Tecnologia) - costumam
ter uma boa colocação no ranking do Enem. Tanto o diretor do Coluni
quanto a orientadora afirmam que os governos e prefeituras deveriam
aprender a gerenciar suas escolas com a rede federal.
- Costumo dizer que, se a presidente Dilma nos procurasse para
divulgar a forma como o Coluni funciona, poderíamos melhorar a
educação no país. Nós não podemos "exportar o modelo"
para governos de Estado, mas queremos servir de inspiração para
melhorar as escolas públicas.
Fonte da Informação Site R7
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