sábado, 6 de abril de 2013

NÃO ESTAMOS PRONTOS PARA UMA CATASTROFE


Simulado de desastres naturais revela fragilidade das equipes de salvamento

Thays Lavor | 12h08 | 06.04.2013

Durante o processo, foram detectadas inúmeras falhas

O primeiro simulado de desastres naturais do ano, que contou como treinamento da Defesa Civil estadual e municipal, realizado na comunidade do Bubu-Cal, no bairro de Antônio Bezerra, serviu para detectar falhas das mais diversas, como por exemplo o atraso de 1h30 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência(Samu Ceará 192)

Equipe do Samu demorou mais de 1h para chegar ao local e realizar procedimento. Foto: Divulgação
O serviço foi acionado às 9h15, mas somente às 10h37 pode chegar ao local para fazer o resgate da suposta vítima, que fazia parte do elenco montado com pessoas da própria comunidade. Devido ao atraso, a vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros.
A população local, que tem aproximadamente 300 famílias até brincava com tamanho realismo da simulação. "Tá bem real mesmo, a gente morre e eles só aparecem depois, quem vem primeiro é TV depois eles", disse a limpadora de canal, Silvia Helena Martins Tomaz, 33 anos.
Ela conta que já nem lembra o número de vezes que perdeu o pouco que tinha nas enchentes. “Tenho oito filhos, e a prioridade sempre foi eles. Quando a água vem, a gente passa dias com ela no meio da barriga, a espera de alguém que venha salvar, que nos transfira para outro local”, relata.
Os primeiros órgãos a estarem no local eram Defesa Civil de Fortaleza e do Estado, Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), em seguida chegou o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Samu e o helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) também estavam dentro da equipe de salvamento, porém tiveram dificuldades para fazer os resgates das pessoas no local. Já a Companhia Energética do Ceará (Coelce), que foi umas das chamadas para cortar a luz do local e evitar acidentes, foi a última a chegar.
Apesar dos atrasos vistos, o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, Cristiano Férrer, afirmou que ainda não pode-se falar de falhas no momento, "ainda vamos cronometrar os tempos e fazer a avaliação dos simulados". Sobre os atrasos tanto do samu quanto da Ciopaer, ele disse que estes estavam em atendimentos reais.
Vale salientar que nenhum órgão destes foi comunicado do simulado, pois essa medida tinha como por objetivo ver as reais falhas. Além disso, treinar os moradores da área de risco para agir em situações de emergência. A ação foi uma iniciativa do Ministério da Integração Nacional.
Será realizada uma reunião, na próxima sexta-feira, dia 12, com todos os órgão envolvidos para que medidas sejam tomadas e estes possíveis erros sanados.
Fonte da Informação Diário do Nordeste

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