terça-feira, 8 de novembro de 2011

ADVOGADA DE ESTUDANTES DA USP ENTREGA VALOR DE FIANÇA EM DELEGACIA
Quantia apresentada foi de R$ 39.240; seis estudantes ainda iriam prestar depoimento
Fernando Gazzaneo, do R7

A advogada Eliana Lucia Ferreira, que representa os cerca de 70 estudantes detidos da USP (Universidade de São Paulo), informou ao R7 que, por volta das 20h20 desta terça-feira (8), já havia entregue o valor de R$ 39.240, que corresponde à fiança do grupo, à delegada Maria Leticia Camargo, do 91º Distrito Policial, na zona oeste da capital.
Segundo ela, os alvarás de soltura já estavam sendo elaborados e os estudantes encaminhados ao IML.
- Os exames [de corpo de delito] do IML vão comprovar as agressões que alguns estudantes disseram ter sofrido durante o processo de desocupação do prédio da USP.
Mais uma vez a delegada reforçou que nenhum dos estudantes se manifestou durante o interrogatório. Eles disseram que só se manifestariam em juízo.
Durante a tarde, a mãe de um estudante foi detida por xingar um policial militar durante a manifestação organizada em frente ao 91º Distrito Policial, para onde cerca de 70 estudantes detidos durante a reintegração de posse foram levados.
De acordo com o delegado Dejair Rodrigues, a mulher, que estava na delegacia por volta das 16h30, iria assinar um TC (Termo Circunstanciado) e seria liberada na sequência.
Os estudantes detidos na USP se recusam a prestar esclarecimentos à polícia. Todos passarão por exame de corpo de delito.
Ainda segundo o delegado, caso a fiança não seja paga, os alunos ficarão recolhidos no 91º Distrito Policial, na Gastão Vidigal, zona oeste de São Paulo. Para tentar liberar os universitários, sindicatos de trabalhadores de diversas categorias do Estado de SP conseguiram arrecadar R$ 35 mil para pagar fiança das 73 pessoas detidas durante a desocupação da reitoria.
O dinheiro será usado caso eles não sejam liberados pelo habeas corpus, já pedido pelo advogado Rodrigo Frateshi, que faz parte do grupo de defensores dos estudantes presos.
REINTEGRAÇÃO
Por volta das 5h20 desta terça, a Polícia Militar, em cumprimento de ordem judicial de reintegração de posse, começou a retirar os estudantes do prédio. Cerca de 70 pessoas foram detidas, a maior parte por se recusar a sair do imóvel. O acampamento era uma forma de protesto contra a presença da PM na universidade.
Duas viaturas foram apedrejadas no início da reintegração de posse. Cerca de 400 homens da polícia participaram da ação.
CENÁRIO DE CAOS
Depois de retirar os alunos por ordem da Justiça de dentro do prédio da reitoria da USP, zona oeste de SP, a polícia encontrou um cenário de destruição e caos no prédio. A reportagem do R7 também entrou no local e encontrou cadeiras reviradas, colchões e barracas espalhados, paredes pichadas com frases contra a Polícia Militar, além de sujeira, restos de comida e garrafas de bebidas alcoólicas.
A polícia achou ainda sete bombas caseiras, chamadas de coquetel molotov, além de fogos sinalizadores em uma sala. O prédio, que estava ocupado por estudantes desde a quarta-feira (2), foi liberado por volta das 7h20. Por conta do confronto, três policiais militares ficaram feridos e cinco viaturas foram danificadas pelos estudantes da USP, segundo a PM. Ainda de acordo com Rodrigues, esses alunos ainda estão sendo identificados através de imagens e fotografias.
ENTENDA O CASO
A ocupação foi feita por um grupo de alunos, por volta da 0h30 de quarta-feira (2), após assembleia que determinou o fim da ocupação do prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas), que era ocupado em protesto contra a prisão de três alunos que foram pegos com maconha no campus.
As principais reivindicações dos manifestantes que invadiram a reitoria são a suspensão do contrato entre a universidade e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) - que aumentou o efetivo da Polícia Militar no campus - e a anulação dos processos administrativos que alunos e funcionários sofrem desde outros protestos.
Fonte da Informação site R7

OPINIÃO
É preocupante ver alunos universitários brigando com a policia e invadindo prédios públicos para realizar vandalismo. Lutar por direitos é justo e necessário, mas, a utilização da força para isso, chama-se violência. E Np estado democrático de direito, que é o nosso caso, todos tem o direito se manifestar, mas é preciso lembrar que não se pode passar por cima dos direitos dos outros.
Os alunos que estão protestando, que agora estão presos, brigam pelo direito da “liberdade”, liberdade de seguir suas escolhas pessoais, mas é preciso lembrar que quando a minha liberdade fere a liberdade do outro, isso é uma ação perto da ditadura. Querer apoio para burlar a lei, nesse caso liberdade para fumar maconha a vontade dentro do Campus da Universidade, isso não é e nunca vai ser correto. Nem é correto ocupar espaço público e destruir-lo, com a desculpa de lutar por direitos coletivos. Sou a favor da liberdade de fazer de cada um fazer com a sua vida o que quiser, até mesmo de fumar, cheirar qualquer coisa que lhe der na teia, agora enquanto essa ação for contra a lei, os direitos da maioria precisam serem respeitados e cabe a todos fazê-lo com que isso aconteça, pois senão, teremos mais um período de ditadura, só que dessa vez uma “Ditadura do Proletariado” esclarecido sobre a maioria democrática.
Maurício Lima

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